Solitude é o estado de privacidade de um pessoa, não significando, propriamente, estado de solidão.
Pode representar o isolamento e a reclusão, voluntários ou impostos, porém não directamente associados a sofrimento. É um estado em que gosto de estar.


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sábado, 18 de agosto de 2012

Pensamentos soltos (1)

Acendo um pau de incenso. Transporto-me para um mundo de cheiros, sentires, pensares, lugares onde já estive e lugares onde penso ainda não ter ido... Sinto-me em paz, tranquila, apesar de todo o sofrimento e toda a violência que palpitam em cada canto do planeta. Não sou indiferente, mas estranhamente já me familiarizei com eles, talvez por fazerem parte do meu quotdiano sempre que ligo o pequeno écran, navego pela net, leio um jornal ou oiço a rádio. Guerra na Síria, assassinatos na África do Sul, suicídios no Tibete, atentados no Afeganistão... e a lista é interminável. Questiono-me pela enésima vez porque razão é tão difícil ao ser humano viver em paz e harmonia com o seu semelhante. Dir-me-ão que é a natureza do Homem... Mas é uma perspectiva redutora. A verdadeira natureza do Homem não é violenta. O Homem não deseja o sofrimento. O que se passa, na minha opinião, é que as pessoas se afastam da sua verdadeira essência. Deixam-se enredar nas teias complexas e enganadoras da mente, do ego... deixam que as suas emoções negativas as controlem. E agem em função delas. Daí até infligirem dor no seu semelhante vai um pequeno passo. E não aprendemos. Todos nós nos horrorizámos com o Holocausto, com a Inquisição e com todas as guerras e guerrilhas que a Terra já testemunhou. Mas ao primeiro chamamento do ego, ao primeiro piscar de olho da ganância, lá vão os humanos de armas em punho aniquilar mais uns quantos humanos. É assustador numa perspectiva global, mas esquecemo-nos de que antes desta cegueira assasina tomar proporções globais, já esteve a fervilhar individualmente a uma escala regional ou familiar. Faço por me lembrar inúmeras vezes de que eu não sou as minhas emoções nem a minha mente. Não alimento o meu lado obscuro, o meu lobo assassino, com repastos gourmet. Faço o que posso para que ele passe fome. Tento estar consciente, analisar os meus pensamentos, os meus sentimentos. Às vezes falho, tenho recaídas. Mas não desisto! Resisto! Insisto! Persisto! Como sabem, pratico reiki e meditação, não tanto quanto deveria, mas ainda assim, com alguma regularidade. Foram as armas que encontrei para me conhecer melhor, para caminhar na auto-estrada da vida, para seguir um caminho. Objectivo: estar bem comigo para poder estar bem com os outros e contribuir com este micro-crédito para um mundo melhor, mais pacífico, mais equilibrado. Cada um de nós tem a obrigação e a missão de encontrar as suas armas para se equilibrar e assim dar o seu contributo para um mundo menos egóico e menos violento. Não sou apologista de que a minha filosofia ou método é o melhor. O melhor método é o que cada um sentir dentro de si que deve praticar. Tal como as religiões. Nenhuma é melhor que a outra. Todas são boas se as soubermos interpretar à luz da nossa essência e não à luz da nossa mente e do nosso ego. Não é fácil conseguir chegar certas mensagens a certas pessoas. Depende do estágio de evolução em que se encontram. Vejo cada vez mais um mundo repleto de mentes estreitas, de corações empedrenidos, de seres em estágios muito primitivos de evolução. Mas não podemos desistir e alhearmo-nos, sobretudo de nós mesmos. Qualquer contributo é válido, já que cada um dá de si o que está ao seu alcance dar. Sejamos mais tolerantes connosco e com os outros. Vamos tentar estar mais atentos aos nossos pensamentos, às nossas emoções, à nossa mente. Não a deixemos vadiar por aí, a seu bel-prazer, praticando actos pouco recomendáveis. Tolerância é o ouro do espírito ou o Euro da alma, como preferirem... E, se estivermos carregados de energia positiva, já é um contributo precioso para contaminarmos quem está à nossa volta. Estamos todos interligados, todos sem excepção. E tudo está interligado: o Homem, os Animais, as Plantas, a Natureza... Relembremo-nos sempre que possível desta verdade.
O pau de incenso já queimou... o espaço ficou ainda mais harmonioso...